
Revolução científica (e estomacal)
“Ele foi um dos primeiros a observar digestão em tempo real”, destaca o neurocientista Richard Rogers, membro de um grupo de pesquisadores que analisou recentemente como o caso de St. Martin e Beaumont contribuiu para a evolução da ciência.De acordo com Rogers, as pessoas “perceberam que isso era um enfoque revolucionário no exercício da medicina e da fisiologia. Você coleta dados do paciente e então tira conclusões”.
Antes, a maioria dos médicos tinha noções equivocadas sobre o funcionamento do corpo humano (pensava-se, por exemplo, que o estômago “triturava” os alimentos, não que os digeria com ácido) e dava diagnósticos antes mesmo de avaliar o paciente. Outra contribuição de Beaumont foi a descoberta do vínculo entre doenças e mal funcionamento do sistema digestivo – ele observou que St. Martin demorava mais para digerir a comida quando estava com febre.
O caso, Rogers e seus colegas enfatizam, teria inspirado alguns dos primeiros experimentos controlados com animais – inclusive com o uso de fistulação. Entre eles estaria o do fisologista russo Ivan Pavlov, que condicionou cachorros a salivar quando ouviam um sino.
Em tempo: St. Martin viveu até os 83 anos e, no fim das contas, voltou a trabalhar como caçador por um certo período antes de se tornar fazendeiro.[LiveScience]
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